A Estimulação Cerebral Profunda, também conhecida como Deep Brain Stimulation (DBS) ou “marcapasso cerebral”, é uma cirurgia realizada para melhorar os sintomas de pacientes com doença de Parkinson, Tremor Essencial e Distonias. O principal objetivo da cirurgia é aprimorar a qualidade de vida dos pacientes.
Este tratamento existe há cerca de 30 anos e foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão regulamentador dos serviços de saúde nos Estados Unidos, em 2002. No Brasil, é aprovado pela Anvisa, sendo considerado seguro e eficaz quando bem indicado.
O procedimento de DBS envolve o implante de eletrodos em áreas estratégicas do cérebro, onde a ativação desses eletrodos provoca a estimulação dessas áreas, resultando no alívio dos sintomas. Geralmente, os eletrodos são implantados nos dois hemisférios cerebrais e conectados a uma bateria por meio de cabos de extensão. A bateria emite pulsos de eletricidade e fica localizada na parte superior direita do tórax do paciente.
Indicações para a cirurgia de DBS:
- Doença de Parkinson
Pacientes em fases moderadas da doença, com complicações motoras relacionadas ao tratamento medicamentoso, como discinesias, travamentos relacionados ao período “off”, tremor incontrolável e intolerância medicamentosa. - Tremor Essencial e Distonias
Pacientes com sintomas que impactam negativamente a qualidade de vida e que são refratários aos tratamentos clínicos já tentados.
Passo-a-passo para uma cirurgia de DBS bem-sucedida:
- Indicação feita por neurologista com experiência em DBS.
- “Teste da levodopa” para pacientes com doença de Parkinson.
- Avaliação neuropsicológica para excluir demência e transtornos psiquiátricos graves.
- Ressonância magnética detalhada do crânio.
- Avaliação com neurocirurgião(a).
A expectativa de melhora varia para cada condição:
- Doença de Parkinson
Melhora dos sintomas clássicos (tremor, rigidez, lentidão), geralmente em torno de 50 a 70%. A eficácia pode reduzir com a progressão da doença. - Tremor Essencial
A taxa de melhora dos tremores é de aproximadamente 70%, sustentada ao longo dos anos. - Distonias
Espera-se uma melhora dos sintomas motores em torno de 40%, com diversos fatores influenciando a resposta.
O seguimento pós-cirúrgico envolve a ativação do aparelho após 3-4 semanas, ajustes regulares, e controle dos sintomas. Os medicamentos antiparkinsonianos são ajustados conforme necessário. A bateria do DBS tem uma vida útil de 3-10 anos, dependendo do tipo.
O tratamento com DBS é uma abordagem complementar aos medicamentos e requer cuidados específicos em sua administração e ajustes periódicos. A expectativa de cada paciente deve ser discutida e alinhada antes da cirurgia.